DE VOLTA

Não consegui apagar as 39 velinhas, nem mesmo na segunda soprada.Que fracasso!

Minha mãe atirou-se em mim com o rosto cheio de emoção, me dando as felicitações de praxe. Atrás dela vinham sorridentes e de braços abertos, minha avô, meus 2 tios, a tia Carmem e amigos do hospital.

Das conversas eu só participava com meu sorriso, tentando com isso , disfarçar minha abstração.

Queria viver na Comédia Humana de Balzac, e penso que depois de tudo veio finalmente minhas férias.

Agora retorno, peço a Deus que amanhã chova, um pouco de chuva agora iria cair como um boa e velha canção.

AMOR E ARTE

No auge da fuga

de si mesmo existe o esboço de uma pergunta

dividida entre O que e o Porque.

Na terra somos metáforas, onde o tempo não reage.

Só eu, só eu não sei viver.

A MULHER QUE EU AMO

O reconhecimento do amor está na extremidade oposta ao estado de como da alma.

A mulher que eu amo será para sempre amada, mesmo que distante....

EM NÓS

..Nós somos os sabedores

indiferentes dos espelhos de,

nossa ternura e sensualidade, só,

Quando estamos diante do desejo,

aí somos muitos.

nos reconstituimos quimicamente.

Mas continuamos a amar, e amar, e amar!

OS GATOS

Tudo me parece inútil e delicioso,

na apatia dos domingos,

como se fôssemos gatos,

ronronando deitados na lajes dos pátios.

Hoje meu espírito está frio

Como um inverno de crepúsculos

vermelhos, mas brihando sobre lagos gelados de minha lágrimas.

Passado

O passado é uma rua demasiado alheia .Chega-se la, só por vias de engano ,ou numa vontade incerta, quem sabe?

Verdade é que eu estava alí por causa dela, que não soube entender a profundidade do meu amor.

Há quanto tempo estou sem esta mulher? Dois, três anos? Perdi a noção do tempo ,mas isso não tem agora a menor importância.Sei apenas que é inverno...seria tão bom viver com ela uma primavera, um verão e depois se desprender do galho, sem dor nem saudade. Assim, fácil fácil, .Uma folha de plátano não sofre de solidão.